domingo, 4 de julho de 2010

Por trás do colar de pérolas

realmente assustado com o nível que certos atletas chegaram e lembrando até onde eu cheguei.

Lesnar

Convenhamos, aquilo não foi uma luta de um titã contra um ser humano, o titã lutou contra seus maiores medos e demônios.
Sim, ele estava nos ensinando a viver.
Lembro dos ensinamentos que eram me passados, a história de usar a força do oponente contra ele mesmo, ter a potência e a leveza andando de mãos dadas, e ceder para se fortalecer.
Só não havia os absorvido completamente por não ter visto alguém literalmente obedecê-los.
Se você viu sabe do que estou falando.

Primeiro você estuda o "inimigo" (entre aspas pois aquele que luta contra nós fortalece nossos nervos e aprimora nossas qualidades, logo, nosso antagonista trabalha por nós) e percebe seus pontos fracos e fortes.
Depois você escolhe uma estratégia, e se mantém nela até o final, decidido.
Depois você finge ser frágil e faz o adversário crescer, para que a queda seja maior.
Depois você aguenta tudo que o adversário é capaz de usar para te atingir, e isso deixa o oponente cansado e desesperadamente assustado por ver que seus poderes não te atingem.
Depois você se levanta, como se nada tivesse acontecido, volta como se a luta tivesse começado de novo e só ele estivesse morto, de cansaço e medo (pois você também está mas não o deixa perceber).
Por fim, corta a sua circulação, ao poucos, mas firme e irreversivelmente.

Fio

É o que tem por trás do colar de pérolas.
Nossa, que idiota né?
Não.

O fio, humilde.
Se esconde por trás das pérolas, belas como um sonho, ou a vontade, ou a liberdade.
Se esconde para segurá-las e fazer com que sejam um só.
Anônimo, lutando, se esforçando, para que outras brilhem.
Afinal, ele não serviria de nada se elas não brilhassem
"I don't shine if you don't shine."

O que seria um colar de pérolas sem uma pérola?
Um colar menor.
O que seria um colar de pérolas sem um fio?
Não seria um colar de pérolas, poderia ser qualquer coisa, menos aquilo que lhe dá nome, lhe dá significado, e existência.
O colar morreria sem o fio, sua essência mudaria para o oposto (tudo que não é o que você é, é o oposto, por isso o ditado "os opostos se atraem", afinal você nunca se apaixonaria por você mesmo, seu narcisista).

Ouça e sinta o som

O compositor de trilhas de cinema (postarei um texto sobre esse magnífico trabalho) John Powell disse certa vez “Para compreender as pessoas devo tentar escutar o que elas não estão dizendo, o que elas talvez nunca venham a dizer”.

Eu já o fazia, antes de conhecê-lo amigo, e têm ajudado bastante, admito.

Ouço e sinto o som, de palavras de amor, ou de despreso, que amo, por serem inconstantes.

Tentando fechar o ciclo de minha busca
Ela só acaba quando volto ao início.
O problema é que eu não ví o início.
Tentando ser fio.

2 comentários:

  1. Lembrei-me de Cinefilô e Neyva agora... o eterno agradecimento aos nossos inimigos. O que seria de nosso crescimento sem eles?

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