sábado, 10 de julho de 2010

Pandora

nem acredito que consegui, os sinais de satélite são diferentes para esse planeta. Chego querendo voltar, pela primeira vez.

As coisas mudaram de verdade por aqui,
nesse planeta os anos são mais curtos e os dias são mais longos,
três quartos do dia é noite e o fuso horário é o pior possível.
Os viventes estão anatomicamente e psicologicamente diferentes,
vivendo de um jeito mais difícil e como se só esse planeta existísse,
sem vida inteligente fora, mas há, muito mais inteligente.

A gravidade é muito menor, me sinto mais leve,
podendo mudar as coisas de lugar como se pesassem bem menos,
trabalho e estudo de verdade agora,
e um intelecto à altura é ótimo como companhia,
fora os livros, que claro, trouxe comigo.

Até voltei a fazer exercícios como antes,
as dores são mais que evidentes mas a endorfina é maravilhosa,
aumentando as potências do corpo,
ligando algo aqui, e lá em cima também
.

Só não digo que a saudade é insuportável pois ainda estou vivo,
mas juro não saber como.
Falta tudo aqui, me alimento de esperança, que apesar de ser ruim, alimenta.
Só de lembrar do sabor de certas coisas como torta de limão já me dão água na boca e certeza que faria qualquer coisa para voltar.

Saudade de um Rossi.
Lembro, éramos dois jovens com um talento incrível, mas diferentes,
que ensinaram um ao outro, inteligentes e hábeis, precisos e fortes.
Com uma obsessão em comum, dominar o mundo, ser os Senhores da Morter, da Verdade, do Entendimento e da Vontade.
Éramos não, ainda somos, e já conseguimos uma parte considerável do plano, você seguirá para mais longe, continue que eu não demoro.

Saudade de um Arruda
que carrego comigo, e não me afasto de jeito nenhum.
Siamês,
sei que quando voltar é como se tivesse passado algumas horas fora.

Saudade de um Pontes
que me é muito mais importante do que pensei,
e muito mais sábio também,
me dando forças quando achei que ninguém mais daria,
me fazendo chorar até,
me mostrando que estava errado dessa vez,
dessa vez, rs.

Saudadede um Amorim
que se encontra longe, mas perto também,
sentindo falta de suas risadas e do humor contagiante
esperando as notícias de umas férias memoráveis.

Saudade de uma Serruya
que não vejo parece uma vida,
saudade dos problemas compartilhados,
dos olhares de quem se importa de verdade
e do ombro para me apoiar, sem medo de ser julgado.
De um ombro para me apoiar, e da força de vontade para me fazer feliz.

Saudade de uma Guerra.
Dos olhares sem tradução,
dos sinais que não entendo, alma de chumbo e segredos.
De ter o coração batendo na velocidade da luz todo o tempo,
por medo, ou por felicidade.
Arrependido de não ter trazido mais partes palpáveis dela, pois só tenho tudo que há em mim mais um terço.
Não preciso lembrar, ainda É tudo.
Tudo ainda é, foi e sempre será.
Aquilo que só nós temos, já senhores do Tempo, do Espaço e do Amor.

Meus pais estavam certos,
que droga.
Aqui realmente é como uma reablitação
me sinto mais poderoso, menos preso,
mais confiante, mais consciente,
mais deus.
Volto bem melhor, isso é o melhor daqui.
Melhor para mim e para todos,
Vocês brilharão se eu brilhar certo
?

Jake Sully aqui realmente é adorado,
olhado com olhares estranhos de espanto e agrado,
como se fosse, e é, de outro planeta,
valorizado mais do que deve,
tendo acesso à armas potentes, máquinas incríveis,
a gravidade menor favorece, é incrível.
Mas nada vale a pena.
A Terra me espera, ou pelo menos o que há de mais importante nela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário