terça-feira, 15 de junho de 2010

Eterno e de pouca duração.

Escrevo correndo, e com a cabeça (e corpo) em outros lugares. Sofrendo (de novo) o tempo, esperando, pedindo desculpas, admitindo que falo sem pensar, aceitando que nem sempre sou o dono da verdade, pedindo ajuda. Mas vocês sabem, o tempo passa, e isso também irá passar. E por isso, esse telvez seja o pior texto de todos.

Botando a eternidade para dentro do copo.

O mundo pára para contemplar um evento.
Eu me torno imortal(tendo todo o tempo do mundo) e eterno (possuindo o tempo e a sensação de durar, mais e melhor).
Tenho vontade de correr, pois é esse o melhor jeito de usar minhas potências e paixões, passando através delas nas ruas. Mas tenho calma, e percebo em bullet time o comportamento de minhas piores paixões tomadas de uma forma humana.
Corro, por vontade, mas com entendimento. Entendimento insuficiente, diga-se de passagem, pois (quando não paro) paro de perceber a dor nas pernas e no tórax.
É como se eu precisasse disso à muito tempo. Mas eu já tinha à muito tempo. Só não tinha a vontade ascendente e descendentemente infinita.

E assim corro, corro, corro.
A cidade parece bem menor agora, pensamento é ação, basta pensar em chegar em algum lugar, e quando menos percebo já estou nele.
Concepção e execução coincidem.
Contendor de juízo

Mas como encontrar paz em uma cidade em balbúrdia como agora?
Uma praia seria perfeito,
areia entre os dedos, dedos entre os cabelos suados.
O vento frio no rosto, a água gelada nos pés.
Seguindo a inconstância das ondas, que em nunhum momento existem ou deixam de existir, apenas valem, como minha liberdade.
Só sentindo os aromas que decido, escutando os sons que decido.
Até o sol não se decidiu se some de vez ou se brilha mais um pouco, eternamente.
Ali, momento eterno.
Como contendor de juízo abro os olhos e me lembro (não descubro, pois realmente já sabia que bastava pensar para conseguir) que efetivamente estou no lugar que desejo estar.
Uma praia se fez por minha vontade.

Desde sempre e para sempre.
Apesar de só existir o presente, eu não o vivo em certas coisas.
Não apenas verdades imutáveis (sei que isso é redundante), mas eternidade.
"Três mais dois são cinco, desde sempre e para sempre."
"Deus existe, desde sempre e para sempre."
"Eu te amo, desde sempre e para sempre."
Não só acredito (acredito que sei, mas não sei se sei), eu sei (sei que sei).
Não só sinto (de olhos vendados e sonhando), eu vivo (livre, de olhos bem abertos).

Ali onde cessa o canto começa o beijo
Desde sempre e para sempre.

Um comentário:

  1. Podes ate escrever correndo, e com a cabeça (e corpo) em outros lugares. Sofrendo (de novo) o tempo, esperando, pedindo desculpas, admitindo que fala sem pensar...
    Mais é por esse caminho que sai as melhores historias, textos e poemas. (experiência propria)
    Não é o pior texto de todos, ate por que os teus texto sao otimo, eu pelo menos adorei eles.(;

    *seguindo

    Honny.

    ResponderExcluir