Ontem o dia foi mais brando.
Construções seguindo, engenheiros orgulhosos deles mesmos.
Uma prova no começo do dia,
fingi que ela não estava lá,
lia Paixões no lugar de funções.
lia "imbecil, animal" no lugar de Brasil colonial.
lia "amando essa pessoa" no lugar de Fernando Pessoa.
lia tortura no lugar de musculatura.
Quase não me aguento em pé.
Ajudar um amigo é a única coisa que dá significado a minha vida nos últimos tempos, e é esse o motivo de minha saída.
Me vejo na tela do cinema lutando contra Deuses, temendo me tornar um e me arrepender, mas a tentação é forte.
Perdendo todos os titãs que me ajudaram durante tanto tempo, Fé, Segurança, Força, Confiança, Equilíbrio, Amor, Felicidade, Coragem, todos morrem em meus braços.
Me negando a usar as armas mais eficientes para acabar de vez com a dor, pois tais armas me fariam negar minha própria essência; todos olham e gritam "VAMOS! PEGUE! SE NÃO SERÁ O SEU FIM!" eu me recuso, o Orgulho ainda não morreu, preciso vencer essa batalha do meu jeito, e só assim me sentirei vitorioso.
Então vem cá, me dá sua linda língua, portuguesa ou estrangeira,
Só de pensar na nossa química, um desejo físico, sem razões matemáticas, pois elas tiram a prática..
Sim ainda sinto saudade de ser objeto de desejo, e agora parece lógico a decisão de desejar também, desejar quem me deseja e não quem evita, levita, me limita, precipita.
Um precipício.
Quando escontramos um na vida devemos pular.
Ou conseguimos alcançar o outro lado,
ou caimos, e caimos até o inferno.
Porém, aquele que chega no inferno se torna mais sagaz, mais inteligente, potente e sábio.
Menos comum.
E cada vez que chegamos ao inferno nos tornamos mais... e menos comum.
A decisão de ficar parado esperando algo que nunca vai acontecer nem é uma decisão de verdade.
Mas matenho a calma, tomo fôlego, alongo os músculos e olho o horizonte.
A hora do salto está chegando.
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