sábado, 15 de maio de 2010

Tanatofobia.

Estou exausto.
Vivendo meus piores pesadelos,
sonhando minhas melhores lembranças,
desistindo de um fingimento de insistência.
Desistindo de uma vida, minhas vidas.

Estou preso.
Tentando fugir da ilha de solidão que eu mesmo comprei,
onde ninguém me alcança,
nem eu mesmo,
onde só visualizo as pessoas do outro lado do mar.
Desenterro os corpos em putrefação que minhas outras vidas deixaram pra
trás,
tento construir uma jangada e atravesar aquilo que chamamos de emoções.
Feliz(mente) não aguento a viagem e tento me afogar no meio do caminho.
Infeliz(mente) o mar não é tão fundo quanto pensei.

Estou calejado.
Um calo calado que grita o acúmulo de ausência.
Estou sem mim, sem ela, sem eles, e sem Ele.
um calo feito por aquele ego hipertrofiado,
um egoismo maternal, um ciúme cristão.
Um calo quase tão grande quanto meus olhos,
quase tão pesado quanto minha consciência,
quase tão inútil quanto minhas lamentações,
quase tão opressor quanto meus defeitos.
QUASE.

Estou divinificado.
O Deus que está em mim é um Velho onipresente, e onisciente,
sabe tudo, vê tudo, está em todos os lugares.
O Deus que está nela é uma Criança onipotente,
que tenta segurar as cordas de sua marionete preferida,
O Velho onisciente que está cansado de ser deixado cair pelas mãos fracas da Criança.

Talvez o velho consiga poder.
Talvez a criança amadureça e abra bem os olhos.
Mas talvez isso não seja o suficiente.

"Insisto, Desisto."

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