sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Mito do insubistituível

Paro um pouco nessa madrugada.
Um brilho eterno nessa mente sem lembranças, até das drogas eu esqueci.
Sinto a pior de todas, meu maior vício, acho que por ter aprendido a dividi-la e mesmo assim, a multiplicando.
A tristeza.
Aqueles pesadelos e dias chorando, sem ninguém ao menos notar.
No começo, como toda droga, ela alivia e me enche de vida.
Meio que avisando que talvez seja isso que ela está para tirar.
Insubistituível torna-se palpável.
Não perdi a prática, lembro das lembranças que preciso lembrar, das regras de um jogo que nasci sabendo.
Por muito tempo uma construção fornecia sombra ao meu vício, sombra do lado de cima, e apoio por baixo.
Apoio pra não deixar perder, quase que carinhoso, deu a vida de novo.
O som do silêncio, ritmado pelos soluços, é o som de algo respirando.
Não adianta mudar, é tudo em um só, nada subistitui, só acrescenta, meio que infinito, nunca esquecendo.
A primeira dose.
A abstinência acaba, os mais atentos irão reparar nas mudanças, no retrocesso, mas talvez não lembrar do motivo que a muito causava esse efeito.
Um diário de um viciado, sem vergonha, sem medo dessa vez.
Será que eu consigo? Só uma dose.

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