domingo, 27 de fevereiro de 2011

The Time of my Life.

A dosagem única de droga foi o suficiente para provar que eu não quero nunca mais voltar a ser um drogado. As experiências que essa droga, a mais forte de todas, me trouxe já estão todas aqui dentro e não vou obter mais nenhuma através dela. Depois da tempestade a bonanza que tomou conta de mim durou um final de semana. Os melhores dois dias da minha vida.

I never felt this way before.

Minha cura funcionou, sempre funciona. Isso me lembra um médico bem metódico que desiste das drogas quando encontra a sua cura. Qual cura? Todas em uma só.
Homeopatia pura, efeito placebo ou não, funciona.
Sem overdose.
Me desintoxica.
Vontade infinita de me curar, sem viciar.
Mas não vicia, mesmo querendo cada vez mais, a falta traz uma certeza do passado, lembranças boas do melhor reencontro.
As mais lindas manias de se amar de um jeito próprio.
A melhor saudade matada.
Os 1001 motivos, que irão ser lembrados um por um, nos melhores momentos, em todos os momentos.

Eu nunca me senti assim antes.
Talvez seja só mais um sinal da única certeza que eu tenho na vida.
Talvez seja O sinal.

O que importa é que nada mais importa.
Tudo simplesmente se desfez, virou cinza.
Todas as preocupações, dores e orgulhos somem.
Me sinto especial quando tinha tudo para perceber que sou a pessoa mais idiota do mundo por magoar, nem que seja por um segundo, a MINHA VIDA.
Porque é exatamente disso que se tratar, um amor para amar e uma vida para viver.

O que antes era uma construção, um templo, hoje se torna um universo por completo.
Imaterial, mas atemporal, vetores de sua existência por todos os lados.
Um mundo construído à dois, com nossa assinatura nas estrelinhas, cada átomo ou molécula significa um pedaço nosso.
Cada tijolo que sustenta é moldado e reforçado, design é função.
Tento compensar com ouro, incenso e mirra a beleza que você, mesmo sem querer, nos traz.

A química, a física e a biologia conspiram a nosso favor.
Até a gravidade entre nós é maior.
Inventamos ventos que nos levam aos melhores mares, nem calmos demais, nem violentos demais.
Mares com a quantidade de peixe exata para alimentar nossa familia de dois.
A ursa menor no céu indica a passagem do tempo diferente, só nossa.
As sereias cantam as nossas músicas.
A orquestra das ondas toca no ritmo dos nossos corações.

Sem precisar de ar para respeirar corremos numa velocidade perfeita.
Virando energia ao acelerar um pouco, nos melhores momentos.
Só conseguindo ver aquilo que viaja na mesma velocidade, o resto não tem importância.
Cortando nossos vícios menos preocupantes, um por um.
Purificanto, destilando.

Só nos resta nós.

Não vou negar que é loucura, talvez por isso seja tão bom.
Não vou negar que faz mal, tua ausência me faz mal.
Não vou negar que me arrependo, por ter perdido tanto tempo antes.
Não vou negar que minto, eu te amo muito mais do que eu digo.
Não vou negar que sofro, com nossos erros.
Não vou negar que podia ser melhor, se dependesse apenas da gente.
Não vou negar que duvido, que alguém ame mais.
Não vou negar que sinto muito orgulho de nós dois.

Amor e universo.
Santuário e colo.
Vida e juventude.
Deuses.

Ps: Andrei e Natália
estiveram aqui.
E eles estarão sempre juntos,
mesmo separados,
não importa o lugar.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Mito do insubistituível

Paro um pouco nessa madrugada.
Um brilho eterno nessa mente sem lembranças, até das drogas eu esqueci.
Sinto a pior de todas, meu maior vício, acho que por ter aprendido a dividi-la e mesmo assim, a multiplicando.
A tristeza.
Aqueles pesadelos e dias chorando, sem ninguém ao menos notar.
No começo, como toda droga, ela alivia e me enche de vida.
Meio que avisando que talvez seja isso que ela está para tirar.
Insubistituível torna-se palpável.
Não perdi a prática, lembro das lembranças que preciso lembrar, das regras de um jogo que nasci sabendo.
Por muito tempo uma construção fornecia sombra ao meu vício, sombra do lado de cima, e apoio por baixo.
Apoio pra não deixar perder, quase que carinhoso, deu a vida de novo.
O som do silêncio, ritmado pelos soluços, é o som de algo respirando.
Não adianta mudar, é tudo em um só, nada subistitui, só acrescenta, meio que infinito, nunca esquecendo.
A primeira dose.
A abstinência acaba, os mais atentos irão reparar nas mudanças, no retrocesso, mas talvez não lembrar do motivo que a muito causava esse efeito.
Um diário de um viciado, sem vergonha, sem medo dessa vez.
Será que eu consigo? Só uma dose.